domingo, 31 de maio de 2009

Do mercado até à mesa do 100 Maneiras a escrever com os sentidos

No sábado acordei cedo. Ou melhor acordei mais cedo do que é habitual acordar a um sábado. Normalmente, como quase toda a gente (penso eu!) aproveito os fins-de-semana para ficar um pouco mais na cama, recuperar o sono perdido de toda uma semana.

Este sábado acordei mais cedo para participar no curso Gastronomia: Escrever com os sentidos promovido pela Escrever Escrever e leccionado pela jornalista Mónica Franco. Este foi o terceiro curso que fiz na Escrever Escrever. O primeiro foi um curso de escrita de viagens e o segundo Gastronomia: na tela, no papel e na mesa, onde passei um maravilhoso serão e onde me senti muito bem, sentada à mesa, a falar sobre a cultura e a gastronomia japonesas através de filmes, romances e a degustar uma refeição característica do país do sol nascente.

O curso deste sábado começou com uma visita ao Mercado da Ribeira com o Chef Ljubomir Stanisic do restaurante 100 Maneiras. Assim que entrei no Mercado surpreendi-me com o espaço e com a luminosidade. Encontrei um mercado, aparentemente, sem muita azáfama, grandes corredores, num espaço encantador e cheio de luz. Do Mercado da Ribeira guardo o sabor a cacau quente, o cacau quente da Ribeira, que cheguei a ir beber depois de umas noitadas pelo Bairro Alto e 24 de Julho, nos meus tempos de estudante.

Ljubomir Stanisic depois de consultar a sua lista de compras distribuiu um saco por cada um dos participantes do curso. E assim apanhados de surpresa, ficámos com a responsabilidade e o privilégio de o ajudar a fazer as compras. O critério definido para a escolha dos produtos foi apenas um: a frescura. Pepinos, limões, alhos-franceses, cebolas roxas, courgettes, molhos de grelos, uma abóbora grande com gomos da cor da laranja, foram alguns dos produtos que tivemos que escolher para os nossos sacos, entre cheiros e toques. O cheiro que guardei desta experiência foi o do limão. Um limão maduro, pintado de amarelo vivo, cheira agradavelmente bem. Experimentem.

A nossa visita ao Mercado levou-nos ainda à zona do marisco e do peixe fresco, onde fomos apresentados a Rosa, Rosa Peixeira como é conhecida. Entre um sorriso luminoso e uma pele que dispensa o uso de cremes para se manter jovem, como ela própria referiu, Rosa contou-nos que se levanta por volta da 1h30 da manhã para fazer as compras na lota e conseguir regressar ao Mercado com peixe para a sua venda. Impressionou-me a energia da Rosa Peixeira, a rapidez com que escamava e esventrava os peixes era semelhante ao modo com que falava e tentava conquistar os clientes, assim sem papas na língua.

Depois das compras seguimos para o restaurante 100 Maneiras no Bairro Alto. Aqui começou uma breve festa de experiências para o nosso paladar. Entre a conversa e boa disposição que imperava no diálogo com o nosso anfitrião, provámos um original pão com chouriço servido em espeto de bambu, um tira gosto composto de sorbet de manjericão, lima e champanhe (delicioso) e uma sopa fria de tomate servida num pequeno copo de vidro colocado numa base de ardósia, que nos soube muito bem.

A conversa que tivemos com Ljubomir Stanisic, ao longo da nossa degustação, passou pelo conceito de cozinha de mercado que impera no restaurante 100 Maneiras e pelas suas fontes de inspiração. Foi notório nas palavras do chef a paixão pelo Bairro Alto e, como não poderia deixar de ser a vida do Bairro inspirou-o naquilo que faz. Uma dessas influências está bem presente num dos aperitivos que serve. Um estendal (inspirado nos estendais de roupa do bairro e na pala de Siza Vieira no Parque das Nações) com tripa de bacalhau seca frita em azeite a 205 graus. Outro aspecto curioso são os saleiros e pimenteiros que se encontram nas mesas. Assemelham-se às pedras da calçada portuguesa.

Ljubomir Stanisic referiu também que se inspira, para além da vida do bairro, em pequenas coisas do quotidiano como por exemplo o detergente para lavar as mãos de cor verde (produto que o inspirou para a criação do limpador de palato que provámos), a noite lisboeta, sexo, as padarias e o pão com chouriço, entre outras coisas.

Depois da conversa com o artista/artesão de sabores da cozinha do 100 Maneiras e com as bocas a salivar de apetite lá fomos nós almoçar. Por sugestão de um dos colegas, o Miguel, o local escolhido foi o restaurante Estrela da Bica.

O restaurante Estrela da Bica revelou-se, assim que entrámos, um local agradável e cuidado, a lembrar por alguns traços as tabernas de antigamente. As mesas de madeira, rústicas, sem toalhas, algumas delas antigas, a ementa escrita a giz em quadros de ardósia, uma estante com livros e um espaço com sofás, nitidamente a convidar para uma cerveja fresca numa tarde de calor tórrido.

Começámos o nosso almoço com umas entradinhas maravilhosas: Babaganoush (pasta de beringela) com pão torrado e Tiborna.

Para prato principal quase todos escolhemos lombo de porco com batatas assadas no forno, que se revelaram as vedetas do prato graças ao sabor picante que nos levavam a pedir para reforçar o copo de sangria fresca.

O Miguel escolheu a opção vegetariana, um prato muito bem apresentado.

Para sobremesa fomos surpreendidos com um bolo de espinafres e agrião e panacota de chocolate com molho de morangos.

Melhor ainda do que o almoço foi o convívio com todos os colegas de curso que conheci naquela manhã. Bem dispostos e divertidos. Escusado será dizer que o almoço foi feito de boa disposição e muitas gargalhadas.

Depois do almoço voltámos ao curso e aos trabalhos de escrita dirigidos pela nossa formadora. Escrevemos inspirados primeiro pelo cheiro das ervas aromáticas: os orégãos, o tomilho, o endro, o cerefólio e o manjericão e, depois pelo filme Ratatouille. Por fim, analisámos textos sobre crítica gastronómica. E sem darmos conta do tempo passar, a hora de acabar chegou. No fim, ficou a promessa de novos cursos e de novas experiências ligadas ao mundo dos sabores.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

4 por 6: Piza de fiambre com cogumelos e piza dois queijos com tomate e azeitonas

Já há algum tempo que tinha pensado fazer para o projecto 4 por 6 uma proposta de refeição económica de piza. Entretanto, como estava envolvida cá em casa com as quintas-feiras de piza, a ideia foi sendo colocada de parte até à semana passada em que resolvi executá-la.

A massa para a piza foi feita na máquina do pão, tal como já é habitual. O molho de tomate seguiu as mesmas indicações.

Piza de Fiambre com Cogumelos

Numa piza coloquei molho de tomate, fiambre cortado em tiras e uma lata de cogumelos laminados. Polvilhei com queijo mozzarella ralado e seguiu para o forno.

Piza dois queijos com tomate e azeitonas

Na segunda piza coloquei molho de tomate, azeitonas pretas cortadas às rodelas, um queijo mozzarella cortado em cubos, fatias de cebola branca, um tomate cortado em cubos, queijo mozzarella ralado e orégãos secos.

Para terminar a refeição proponho um café Nespresso.

Vamos então às contas:


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Salada de laranja sanguínea com rúcula, beterraba e queijo feta

Chegou, finalmente, o tempo quente. Apetece ir à praia, comer gelados, andar de chinelos, dormir a sesta, comer fruta fresca e saladas.

Quando regressei de uma das minhas viagens por cá resolvi fazer uma salada. Como ainda tinha duas laranjas sanguíneas que tinha trazido de Itália no frigorífico, resolvi dar-lhe um destino interessante.


Cortei uma beterraba cozida em fatias finas e dividi por dois pratos. De seguida adicionei rúcula, alface, queijo feta cortado em cubos, nozes partidas grosseiramente, gomos de laranja, fatias de cebola branca e cebolinho picado. Temperei com sal, pimenta e azeite.


Esta combinação resultou muito bem.

Infelizmente acabaram-se as laranjas sanguíneas!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Peras, perais e Peral

Regressei, hoje, de uma breve viagem à aldeia da Sobrena, freguesia de Peral junto à vila do Cadaval, conhecida pela capital da Pêra Rocha. Fiz esta viagem por motivos profissionais, mas não pude deixar de admirar os extensos perais que ali encontrei ou, não estivéssemos nós na famosa região produtora de Pêra Rocha . Para além dos perais deixei-me seduzir pelas hortas das gentes daquela aldeia.




O que me chamou a atenção nestas couves foi o tamanho. São enormes!

Os pêssegos e os alperces simplesmente tentadores ...

Flor das amoras silvestres.

Na aldeia quase todas as casas, junto à estrada principal, têm jardins cheios de flores, mas as rosas ali são rainhas. Lindas. Lindas. Enchem o chão de pétalas.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Casa do Chocolate

No passado domingo a minha cunhada Cristina, depois do almoço de aniversário do nosso primo André, convidou-nos, ao Ricardo e a mim, a visitar uma loja no centro comercial Dolce Vita Tejo.

E assim foi. Depois de almoço lá seguimos viagem até ao referido centro. Quando chegámos deparámo-nos com a loja fechada. No entanto, resolvemos dar uma volta e espreitar outras lojas. Quando já estávamos decididos a sair, eis que encontramos a Casa do Chocolate. Nem sequer houve discussão. Entrámos e sentámo-nos decididos a provar algumas das especialidades ou não fôssemos todos nós fãs de chocolate.

A Casa do Chocolate é uma loja da fábrica Arcádia, nascida no Porto em 1933.

O Ricardo pediu um chocolate quente com baunilha e eu uma tosta de chocolate. Uma delícia.

Gostei do conceito. Para além de várias delícias de chocolate (crepes, tostas, chocolate quente, etc) servem chás e uma grande variedade de chocolates da referida marca portuense, num ambiente confortável e acolhedor. Pena que não haja uma destas lojas aqui no centro da cidade de Lisboa.

domingo, 24 de maio de 2009

Aniversário do André ...

O André é um primo que vive na ilha da Madeira e este ano veio ao "contenente" uns dias que coincidiram com a data do seu aniversário. No domingo passado festejámos esta data especial com um almoço no restaurante Solar do Louro.

Antes de nos sentarmos à mesa, entre os devidos cumprimentos e alguma conversa, fomos petiscando pastéis de bacalhau e rissóis. A acompanhar vinho Moscatel.

O almoço começou com uma sopa de legumes.

De seguida foi servido Bacalhau no forno com Espinafres.

Depois do prato de peixe, seguiu-se Arroz de Pato. A refeição foi acompanhada com vinho regional alentejano Penedo Gordo.

Para sobremesa foi servido semi-frio de natas com chocolate quente e, claro, como é tradição também houve bolo de aniversário.

Como sempre gosto destes almoços em que se reúne a família, onde temos tempo para conversar e reavivar os laços.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tostas de queijo Tomino Piemontese

Tenho andado, ultimamente, um pouco atarefada. Durante este mês de Maio tenho viajado quase todas as semanas. Duas idas a Aveiro, Tocha e Coimbra e para a semana irei para a zona do Cadaval. Entre visitas à família e outros compromissos, a minha cozinha tem estado a meio gás. Tenho cozinhado essencialmente saladas ou pratos rápidos.

Um destes dias quis dar destino a dois pequenos queijo redondos designados de queijo Tomino Piemontese, que trouxe de Bolonha e resolvi fazer uma receita rápida.

Em quatro fatias de pão de centeio da Serra da Estrela coloquei rodelas de tomate e queijo Tomino Piemontese. Coloquei uns minutos na torradeira (cá em casa tenho uma torradeira como as que encontramos nos cafés, em alternativa aconselho a usar o forno do fogão). Deixei apenas uns minutos pois o queijo derreteu muito rápido.


Assim que retirei da torradeira, reguei com um fio de azeite e polvilhei com pimenta preta de moinho.

Servi numa cama de rúcula, canónigos e rabanetes.